terça-feira, maio 10, 2011

Test Drive Unlimited 2

A série "Test Drive" traz na bagagem uma longa quilometragem: são nove jogos, entre o primeiro título de 1987, para Amiga, Apple II, Commodore 64 e PC até "Unlimited 2", publicado pela Atari em 2011, para os consoles de alta definição PlayStation 3 e Xbox 360.

Mesmo com tanto tempo de estrada, mudanças de plataforma, de produtora e de distribuidora - a série começou na Accolade, passou pela Infogrames e hoje está nas mãos da Atari - "Test Drive" conseguiu preservar características que compõem a identidade da franquia: são jogos de corrida em que o jogador pilota carros exóticos e luxuosos.

Vivendo a vida louca

A idéia de experimentar a direção de carros fantásticos é ampliada em "Test Drive Unlimited 2" e o jogo tenta oferecer a oportunidade de viver como um proprietário de vários desses bólidos, disputando corridas e se divertindo com os amigos em Ibiza, na Espanha. Para isso, o game acrescenta elementos de simulação e personalização ao estilo "The Sims" entre as provas em alta velocidade que pontuam o avanço do jogador.

"Unlimited 2" também pega o elemento multiplayer online, inserido no primeiro "Test Drive Unlimited", lançado em 2006, e explora ao máximo suas possibilidades, transformando o game em um verdadeiro MMO de corrida, em que jogadores conectados percorrem as ruas e estradas da enorme ilha virtual que serve de cenário para as competições.


                                                                                 Curtir a vida é a meta em "Unlimited 2"



Ambiciso em suas propostas, o game alcança sucesso em poucos de seus objetivos. O modo online apresenta várias opções de corrida e é completamente integrado à campanha. É fácil e rápido marcar corridas contra outrosCurtir a vida é a meta em "Unlimited 2" jogadores. Com o videogame conectado, o jogador nunca está sozinho nas ruas de Ibiza. Ruas, por sua vez, muito bem feitas, que reproduzem o traçado urbano e as estradas da ilha de forma muito melhor do que as auto-estradas interligadas que compõem o mapa do recente "Need for Speed: Hot Pursuit", por exemplo.

Há uma boa diversidade de carros em "Unlimited 2", liberados conforme o jogador ganha dinheiro e sobe de nível em quatro categorias: Competição, Social, Exploração e Coleção. A primeira é bastante clara, envolve ganhar corridas. A segunda mede a popularidade do piloto e é aumentada com novas roupas e um apartamento descolado, entre outras opções. Exploração e Coleção envolvem descobrir novas áreas na ilha, fotografar pontos específicos e encontrar objetos colecionáveis escondidos pelo cenário.

Mesmo sem o nível de detalhes de "Gran Turismo 5", os carros de "Test Drive Unlimited 2" agradam os fãs de automobilismo, principalmente pelas pequenas firulas estéticas, como a capota metálica que surge e se arma de dentro do porta-malas da Ferrari conversível ao toque de um botão.

Caindo na real

Os problemas de "Unlimited 2" estão na falta de polimento, na física simplista - e muitas vezes, estranha - e na tediosa parcela de "vida social" do jogo.

O game exibe gráficos em 1080p, mas na maior parte do tempo, parece estar abaixo disso, pois independente da definição, os modelos não são tão bem feitos, seja nos prédios, nos carros ou, pior de tudo, nos personagens. Fica difícil se interessar em atrair a atenção das mulheres do game quando elas se parecem manequins sem vida.




Modo online de "Unlimited 2" agrada


Na pista, os carros se comportam de forma estranha, principalmente ao desligar todas as assistências de direção e frenagem. É como se o piloto dirigisse sobre sabonete. Ao pilotar com as assistências ligadas, a direção fica mais aceitável e lembra games como "Need for Speed: Underground", de 2003. Em tempos de "Burnout Paradise", "Gran Turismo 5", "Forza Motorsport 3" e de uma série "Need for Speed" renovada, essa é uma oferta muito pequena.


Por fim, a idéia de personalizar seu piloto, ser um "bon vivant" (ou, colocando em termos mais contemporâneos, "liferuler"), conquistar fãs e aproveitar a vida em Ibiza não passa de uma versão ruim de "The Sims". O jogador compra roupas de gosto duvidoso, muda de penteado, sobe na vida, de valete de estacionamento à campeão de corrida, mas é tudo simples chato e deslocado demais.

É como um "Grand Theft Auto" em que todos são milionários e vivem em paz: pode parecer interessante num primeiro momento, mas é tedioso depois de 15 minutos. A simulação social se torna um obstáculo diante do que o jogo oferece de melhor, que é vagar pelo mapa à vontade e correr contra outros jogadores.

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